quarta-feira, 14 de abril de 2010

Governo pretende organizar a "mais verde" das Copas do Mundo


"O Brasil terá a mais verde de todas as Copas". A frase do ministro do Esporte, Orlando Silva, indica a trilha que o governo pretende dar aos investimentos de infraestrutura para a Copa do Mundo de Futebol que o Brasil vai sediar em 2014. É verdade que a quatro anos do começo da festa a frase soa como intenção e marketing. Na semana passada, o ministro cobrou pressa das 12 cidades que devem reformar ou construir estádios e disse que está lento o acesso aos R$ 400 milhões que o BNDES está disponibilizando para cada uma das cidades que quiserem construir ou reformar sua arena. Mas ao Valor ele explicitou como o governo quer fazer da edição brasileira uma Copa sustentável.

A arquitetura verde esportiva leva em conta quatro tópicos básicos: estádios com certificação ambiental, prioridade ao transporte coletivo, uso de biocombustíveis e oferta de produtos orgânicos e promoção do ecoturismo.

Na construção ou reforma de seus estádios, as 12 cidades que devem ter jogos (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), têm de apresentar uma certificação ambiental como requisito para que o projeto seja aprovado e os empréstimos do BNDES. A exigência está em sintonia com as sugestões da Fifa que "enfaticamente recomenda" selo verde nas arenas. Os estádios podem ter sistemas de aproveitamento de água da chuva, energia solar a partir de placas fotovoltaicas ou usar lâmpadas econômicas. As instalações sustentáveis podem representar aumento de até 5% no custo da obra.

Incentivar uma rede de arenas de última geração é só a cereja do bolo dos investimentos de uma Copa. O pessoal imagina o estádio e ponto. Mas as arenas são só 10% de um evento como este. Os outros 90% estão no acesso aos estádios, aeroportos, hotéis, na infraestrutura da cidade como um todo.

O valor atual estimado pelo governo de investimentos em aeroportos, estádios, mobilidade urbana, portos e rede hoteleira já bate em R$ 25 bilhões. Esta estimativa não engloba ainda investimentos em segurança e em telecomunicações.

Ao analisar os projetos de mobilidade urbana, o foco foi priorizar opções de transporte coletivo. Os projetos de mobilidade urbana estimam investimentos de R$ 12 bilhões. Para São Paulo, a intenção é ter um monotrilho que ligue o aeroporto de Congonhas, o metrô, os ramais ferroviários e o estádio do Morumbi. Manaus também deve ter seu monotrilho. A opção para Brasília e Fortaleza deve ser um VLT, veículo leve sobre trilhos. Em Pernambuco a ideia é uma requalificação do transporte ferroviário.

Nos próximos dias, os ministérios do Esporte e do Meio Ambiente vão anunciar uma estratégia de revitalizar os parques nacionais próximos às cidades da Copa. A ideia é promover o ecoturismo e o marketing de "Copa Verde". Perto de 600 mil turistas do exterior são esperados. Outro ponto será transportar as seleções com carros a etanol e servir produtos orgânicos.

Fonte: Valor Econômico

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