segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Reforma 'verde' vai mudar data center da empresa Apple

Símbolo da Apple

Em maio, a Apple anunciou que seu principal centro de processamento de dados nos Estados Unidos será totalmente reformulado. Com isso, ele passará a funcionar com 100% de energia limpa até o final de 2012.

A promessa da empresa de Steve Jobs sobre o data center de Maiden, na Carolina do Norte, foi feita exatamente um mês depois da Apple aparecer ao lado da Microsoft e da Amazon em um relatório do Greenpeace. O ranking "How Clean is your cloud?" (O quão limpa é a sua nuvem) indicou que mais da metade da energia que alimenta a nuvem da Apple tem origem em fontes de energia consideradas sujas.
Isso significa que boa parte da energia responsável por fazer o data center funcionar durante 24 horas por dia não é renovável. O carvão, por exemplo, é uma das fontes mais usadas atualmente nas centrais da Apple. O problema é que ele é considerado um dos grandes vilões do aquecimento global porque emite uma grande quantidade de gases efeito estufa.

Segundo Pedro Torres, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace, o objetivo da ONG foi apontar as 15 maiores empresas do setor de TI e expor publicamente o uso de energia suja, como carvão e energia nuclear, dessas companhias como forma de pedir para que elas mudem sua matriz energética para fontes limpas. "O Greenpeace acredita no poder e na condição das empresas de se abastecer com energia renovável porque não se tratam de empresas de pequeno porte", explica Torres.

Para elaborar o ranking que aponta a Apple, a Amazon e a Microsoft com as empresas de TI que mais usam fontes sujas em seus data centers, o Greenpeace analisou os relatórios de sustentabilidade e de demanda energética gerados pelas empresas. "Ao verificar a quantidade de energia que cada data center e cada uma dessas companhias gasta no local, você consegue identificar de onde ela tira a energia", explica Torres.

Agora, a Apple iniciou um processo para minimizar as preocupações ambientais com a rápida expansão de centrais de servidores. Segundo a empresa, até o final deste ano, 60% de toda a demanda de energia do seu data center em Maiden será suprida pela geração local de eletricidade.

Para atingir a meta, uma usina solar ao lado das instalações do data center será construída. Também haverá uma central de células de combustível a biogás. Logo, serão duas centrais de energia solar na região, com uma capacidade de fornecer até 84 milhões de kWh de energia anualmente.

Segundo a Apple, a união dessa usina solar com a central de células de combustível e biogás vai tornar o data center em Maiden o mais sustentável já construído por se tratar de uma escala de produção local de energia renovável que nenhuma outra empresa conseguiu até hoje.

Os 40% restantes dessa demanda de energia serão supridos pela compra de eletricidade da rede que tenha origem em fontes limpas próximas ou regionais. Por isso, a Apple fechou uma parceria com uma organização sem fins lucrativos, a NC Green Power. Dessa forma, a empresa pretende estimular o aumento da produção local de energia renovável em todo o estado da Carolina do Norte.

Diante dessa conquista, Torres conta que o Greenpeace ficou muito contente com a iniciativa da Apple. Para Torres, a esperança é que, com isso, a Apple, uma das maiores empresas da área de TI, consiga mostrar a importância do uso de energia limpa e influencie outras empresas do setor.

O Greenpeace acredita que ao solucionar esse problema ambiental, a Apple se torna capaz de atrair mais consumidores, que estão preocupados com a sustentabilidade e que consideram esse fator na hora de comprar seus produtos.

Fonte: http://planetasustentavel.abril.com.br

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