sábado, 24 de julho de 2010

Caixões biodegradáveis viram solução para problema funerário da China


Mãos com luvas imaculadas levam as urnas biodegradáveis, criadas por uma empresa espanhola com base na China, que devolverão os corpos à sua origem para cumprir o que disse o sábio chinês Confúcio: "O homem vem da terra e descansa quando retorna à terra".

O segredo destes caixões, fabricados com areia e proteínas naturais, é que não ocupam espaço, não poluem e não é necessário cortar árvores para fabricá-los, já que são biodegradáveis: os que são enterrados se desintegram em um período de 6 a 9 meses, e os que submergem em 45 minutos ou 1 hora.

A cerimônia em massa, ou "enterro coletivo", organizada em Tiajin, é a quarta realizada pelo cemitério Yongan desde que contratou os serviços da empresa Shengtai.

O Governo chinês obriga os familiares a cremá-los, assumindo os custos do processo, para depois deixá-los descansar em columbários (câmaras para depósito de cinzas) por 20 anos ou enterrar por cerca 10 mil iuanes (US$ 1.475).

A proibição nasce como medida para combater os problemas que surgem no país asiático, com 10 milhões de mortes anuais: a falta de espaço nos cemitérios e a poluição e o desmatamento provocados pela produção de caixões de madeira.

O conceito que a Shengtai quer expandir na China é totalmente revolucionário, já que os chineses se espantam com o conceito biodegradável, pois a tradição é venerar os corpos de pessoas mortas, e se eles se misturarem com a terra ou a água, deixarão de existir fisicamente.

Os familiares conservam as cinzas em urnas, pois não têm dinheiro para enterrá-los ou, no caso do falecimento do membro de um casal, por exemplo, o que fica vivo espera a morte para que sejam enterrados juntos.

Os cemitérios e empresas funerárias dos EUA também são um público alvo, onde começaram a operar este ano com uma venda mínima de 20 mil unidades.

O preço oscila entre 200 e 500 iuanes (US$ 29 e US$ 74).

As famílias das pessoas que são enterradas segundo esse processo poderiam pensar que nunca mais poderão homenagear seus entes queridos, mas não será assim. A tradição chinesa se modernizará, e poderá seguir havendo homenagens através das telas e muros de mensagens personalizados e fotos, entre outras ideias, que os cemitérios de Tianjin e Nanjing vão inaugurar para honrar os que retornaram definitivamente às suas origens.

Nenhum comentário:

Postar um comentário