quinta-feira, 30 de junho de 2011

Argentinos transformam cinzas de vulcão chileno em tijolos


Os argentinos estão transformando as cinzas do vulcão Puyehue em tijolos. Passada a fase mais crítica da atividade do Puyehue, no Chile, que casou a interdição de aeroportos inclusive no Brasil e na Argentina, moradores de Villa La Angostura, na Patagônia, tiveram a ideia de transformar prejuízo em oportunidade.

Durante o inverno, a Patagônia, no Sul da Argentina, na fronteira com o Chile, é um ponto turístico muito disputado, mas toda a atividade hoteleira teve de ser cancelada devido às cinzas que tomaram conta do local. Sem trabalho, os argentinos arrumaram o que fazer.

“Temos material de sobra para fazer tijolos, tubulações, poços de água e asfalto. Misturamos as cinzas a um pouco de cimento, e o resultado foi um bloco perfeito para construção”, disse o secretário de Obras Públicas e Serviços Públicos, Gabriel Fachado, em entrevista à BBC Brasil.

Fachado conta que os primeiros blocos serão usados para construir casas populares. “Villa La Angostura foi construída sobre solo vulcânico, mas jamais tivemos tamanha quantidade desse material por toda a cidade”, comentou o secretário, um dos maiores defensores da conversão dos resíduos em algo útil para a comunidade.

A Defesa Civil da cidade contabilizou cerca de cinco milhões de metros cúbicos de cinzas. Cerca de 30 famílias já se inscreveram para criar uma cooperativa especializada na fabricação desse tijolo. “Com estas cinzas, vamos gerar mão de obra para os que estão desempregados”, disparou Gabriel Fachado.

Outro plano para as cinzas é fazer praias com elas em volta dos lagos da cidade. “Não seremos o Rio de Janeiro, mas vamos acrescentar mais uma atração ao nosso turismo, que é realmente a nossa principal fonte de renda”, revelou Daniel Meier, diretor de Meio Ambiente de Villa La Angostura.

“Estamos realizando análises permanentes e comprovamos que as cinzas não são tóxicas. Mas temos que usar óculos e máscaras porque é como se estivéssemos respirando pó ou areia da praia o tempo inteiro”, afirmou o diretor.

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